Artista e tatuador há mais de 30 anos, Dyovany Tattoo começou na arte por acaso, ainda nos anos 1980, após um amigo pedir que finalizasse uma tatuagem para ele. “Tem certeza?”, ele questionou na época, mas aceitou o desafio, e ao segurar aquela bucha de agulha pela primeira vez, decidiu que era aquilo que faria para o resto da vida. Saiu de casa com apenas uma mochila nas costas já nos anos 1990, abriu dois estúdios, venceu preconceitos e hoje tem um projeto de incentivo aos jovens na arte de tatuar.
Como e quando iniciou no mundo da tattoo de forma profissional?
Conheci a tatuagem em 1985. Em 1987, montei minha primeira maquininha e já atendia em domicílio e na Região dos Lagos.
Quais são suas principais influências hoje?
Filip Leu, Paul Booth, Horiyoshi, e alguns brasileiros que prefiro não citar pois são muitos.
Início da carreira na década de 80
Como funciona a criação das artes para os clientes? Você pega referências e/ou faz peças exclusivas?
Em alguns clientes, são peças exclusivas, principalmente no oriental. Em outros, uso referências, mas sempre dando a minha pegada artística.
Você lembra da sua primeira tatuagem? Como era o desenho?
Sim. Um dragão. Foi feita com um amarrado de agulhas de miçanga.
Com a popularização da tatuagem nos últimos anos, você vê o meio unido ou os profissionais estão ‘cada um por si’?
Vejo essa popularização sempre como um ponto positivo. Acredito que a tatuagem irá nos unir cada vez mais e quebrar muitos paradigmas.
Qual seu estilo preferido e por que?
Oriental e Tradicional, porque eu cresci tendo referências como Hoiyoshi e Filip Leu, que trabalham com esses estilos.
Após quanto tempo você acredita ter conseguido criar sua própria identidade dentro do estilo?
Bom, eu não criei uma identidade. Sou um artista completo e faço um pouco de cada coisa, mas o oriental sempre esteve presente em minha vida.
1. Primeira tatuagem da carreira | 2. Tatuagem mais inusitada | 3. Trabalho recente
Qual pedido de tattoo mais inusitado que já fizeram?
Foi uma barata. Achei aquilo muito louco, e quem fez foi uma menina.
Qual parte do corpo você julga mais complicada para trabalhar, seja tatuar, preencher ou pintar?
Pescoço e costela.
Você já teve preconceito por conta da profissão em algum momento?
Em todos os momentos. O preconceito minimizou, mas ainda existe.
Quais os próximos passos da tatuagem na sociedade, na sua opinião?
Na minha opinião, a tatuagem vai ser cada vez mais bem vista, e assim vai acabar de vez esse tabu.
Qual mensagem pessoal e/ou profissional, ou mesmo de vida, você gostaria de deixar aos leitores do portal Expo Tattoo Brasil?
Se você tem um objetivo, lute até o fim e esqueça as críticas. Lembre que nem todos estão aqui para te aplaudir. Muitos querem o seu fracasso, mas você é forte e sempre estará ali de pé, buscando a evolução.