Deley Tattoo começou a tatuar motivado pelo fascínio dos mistérios que envolviam uma tatuagem. Desde criança sempre foi um apaixonado por arte, pintura, desenho e modelagem e carrega todas essas referências consigo até hoje, o que fica bem claro nos detalhes perfeccionistas de seus trabalhos. Atualmente, em seu estúdio em Mauá, São Paulo, se dedica ao realismo, por poder ver e trabalhar com a expressão e também por ficar realizado ao ver o entusiasmo das pessoas ao verem uma tatuagem realista.
Como e quando iniciou no mundo da tattoo de forma profissional?
Comecei há aproximadamente 18 anos. Comecei por curiosidade, sem muitas pretensões.
Quais são suas principais influências hoje?
A arte de um modo geral me influencia. Cinema, desenho, pintura, esculturas.
1. Deley trabalhando em seu estúdio | 2. Tatuagem do guitarrista Johnny Thunders
Como funciona a criação das artes para os clientes?
Hoje, como trabalho quase que exclusivamente com realismo e retratos, procuro montar algo com base nas ideias do cliente.
Você lembra da sua primeira tatuagem? Como era o desenho?
Sim, um tribal bem feio. (risos).
Com a popularização da tatuagem nos últimos anos, você vê mais união ou os profissionais estão ‘cada um por si’?
No mundo da tatuagem acontece como em várias áreas artísticas. A individualidade, às vezes, é melhor para o desenvolvimento, mas alguns encontros são bons, pois as críticas impulsionam melhor que elogios.
Qual seu estilo preferido e por que?
Tenho meu próprio sistema de trabalho. O estilo é algo complicado, pois de tempos em tempos, mudo algo.
Qual pedido de tattoo mais inusitado que já fizeram?
Acho que em partes íntimas, que aliás, eu não tatuo.
1. Pintura a óleo - Releitura de Caravaggio | 2. Tatuagem - Virgem do fuso (Leonardo Da Vinci )
Qual parte do corpo você julga mais complicada para trabalhar, seja tatuar, preencher ou pintar?
Na minha opinião, mãos e pés.
Você já teve preconceito por conta da profissão em algum momento?
Sim, sempre. Mas não me incomodo com isso. Quando você é apresentado como tatuador, dependendo do lugar e ocasião, te olham diferente. Acredito que isso se deva ao fato de não existirem requisitos para se tornar um tatuador no Brasil. A simplesmente compra uma máquina e diz 'Virei tatuador'.
Quais os próximos passos da tatuagem na sociedade, na sua opinião?
A tendência é que haja uma liberdade maior na escolha de estilos, desenhos, locais. E a remoção também vai se tornar mais acessível e comum.
Há algo na sua trajetória como tatuador que teria feito diferente? O que?
Quando comecei, era uma época com pouca comunicação e informações. Mas mesmo assim, teria me esforçado mais e investido em conhecimento.
Qual mensagem pessoal e/ou profissional, ou mesmo de vida, você gostaria de deixar aos leitores do portal Expo Tattoo Brasil?
Escolha com cuidado e paciência o artista certo para o estilo de trabalho que você quer, e dê a ele liberdade. Lembre-se: não somos máquinas copiadoras, somos artistas. Aja com respeito. Um abraço a todos e boas tatuagens.