No Rio de Janeiro, ele é um dos primeiros a se especializar em fotografia da arte na pele, cobrindo sessões de tatuagem para artistas e clientes, além de realizar ensaios de modelos alternativas (modelos tatuadas). Pedro Gabriel Gomes tem 25 anos, é fotógrafo formado pela Sociedade Fluminense de Fotografia, e conta com exclusividade ao Portal Expo Tattoo Brasil sobre seu trabalho no ramo.
Como tudo começou?
Eu já fotografava desde 2014. Fazia ensaio, aniversário, casamento. Um amigo meu já tinha feito fotografias em um evento com os idealizadores da Expo Tattoo e numa das edições em São Gonçalo, ele me chamou para ir no lugar dele porque não poderia ir. Lá fiz amizades, conheci mais sobre esse mundo e meu interesse só aumentou. Na minha cabeça, não existia ainda esse estilo de fotografia. Sempre existiram pessoas que fotografavam o processo da tatuagem, mas ninguém ainda focado nesse ramo.
Ser fotógrafo profissional sempre esteve nos seus planos?
Não estava nos meus planos ser fotógrafo profissional, a princípio. Primeiro fui músico, a banda não deu muito certo, mas não queria abandonar a música, então comecei fotografando as bandas, as apresentações. Eu queria continuar naquele mundo, de bandas de Rock. Apesar de gostar muito, não achava meios de me manter financeiramente, então comecei a fazer fotografia de todo tipo de evento.
Existem técnicas que diferencia a fotografia de tatuagem dos outros tipos de fotografia?
Eu diria que sim, depende do que vou fotografar. Se a sessão é para a pessoa que está sendo tatuada lembrar da arte, ou se é foto do artista, tudo depende. Se for do artista, descobri que gostam que sejam fotos mais do rosto deles, e da arte, dos detalhes, agulha, tinta, o traço, depende do estilo do tatuador.
Já teve problemas com clientes com relação à reclamações por estética, vaidade ou ângulo de foto, por exemplo?
Sempre tem, uma imperfeição aqui, outra ali, que pedem para tirar. Mas eu prefiro sempre que possível não mexer na imagem, gosto da fotografia real. Ainda mais porque o foco é o processo da tatuagem, e não apenas a pessoa em si.
Projetos futuramente?
Eu curto fotografar ensaios com modelos, mas por estar nesse mundo de arte de pele, atualmente estou indo atrás de modelos alternativas, com o corpo bem tatuado. Foi daí que nasceu o projeto Raio.23, que pode ser visto no Instagram.
Esse estilo de fotografia acabou te tornando pioneiro na região a oferecer o serviço. Isso foi por acaso ou de caso pensado?
Totalmente por acaso. Eu comecei fazendo achando que já existisse, e descobri que não existia. Percebi isso pela procura, com outros estúdios me chamando, e estou gostando bastante.
E qual seria o diferencial?
Hoje em dia qualquer pessoa com um celular é capaz de fazer fotos excelentes. O que muda é a visão do fotógrafo, o conceito que eu tento levar por meio da fotografia. O cliente chama porque gosta dessa minha visão, em primeiro lugar.
Além de fotografar tatuagem, você também é bastante tatuado. Quantas tattoos têm atualmente?
Acho que doze, ou treze. Quero fechar o corpo, os dois braços, menos o rosto. A primeira foi uma âncora no tornozelo, aos 18 anos. As mais recentes são um tubarão e um coração sagrado nos braços. Enquanto tiver pele, vamos tatuando.