Conhecendo a Deia
POR
CYNTIA FONSECA
Atleta de Fisiculturismo e modelo fotográfica, Andreia Aparecida Gonçalves dos Santos, a Deia Santos, tem 34 anos, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, mas atualmente mora com o marido na cidade do Rio de Janeiro. Apesar da carreira recente no Fisiculturismo, já conquistou o primeiro lugar em três campeonatos regionais e ficou em segundo lugar no Campeonato Brasileiro da modalidade em junho deste ano. Ao Portal Expo Tattoo Brasil, ela conta que não tem a pretensão de ser famosa, mas quer continuar trabalhando para incentivar mais e mais pessoas, e consequentemente, reduzir cada vez mais o preconceito na área.
Como tudo começou? Foi por acaso ou sempre quis se envolver com essa modalidade?
Eu já treinava há cinco anos e sempre achei lindo o Fisiculturismo, mas não tinha a garra necessária, nem condições financeiras para me dedicar. Quando acompanhei o meu marido em uma competição em dezembro do ano passado, simplesmente decidi 'quero isso, e vou correr atrás'. E com a ajuda dele, financeiramente e psicologicamente, eu consegui.
O que já conquistou com o esporte?
Treino há cinco anos, mas me dedico ao Fisiculturismo há apenas nove meses. Desde que iniciei, venci em primeiro lugar o 'Estreantes', da Pro League, o 'Mister Rio', também da Pro League, a Copa Duque de Caxias; e o Campeonato Brasil Fisiculturismo e Fitness, o Mister Brasil, que fiquei na segunda colocação. Fiquei muito feliz, realmente não esperava, pois competi com atletas do país todo.
Já enfrentou algum preconceito? Se sim, como lidou?
Preconceito enfrento a todo momento, todos os dias. Ouço que eu tenho corpo de homem, rosto de travesti. Eu ligo o f***-se. O que importa é que amo o meu corpo, adoro o que eu faço, e amo a vida.
Qual principal desafio na rotina de um atleta de Fisiculturismo?
Dieta. A mente quase me controla. Eu sei que se eu não a controlar, eu não consigo atingir meus objetivos. Antigamente, ela me controlava bastante. Eu treinava, mas não conseguia seguir a dieta. E também a pressão de competir com outras pessoas, com atletas que aparentemente são melhores do que você. Mas aprendi a ter confiança em mim, no meu corpo. No dia-a-dia, aprendi a superar isso, e agora sei que se eu posso, eu consigo.
Quais próximos passos na carreira? Você já tem projetos em mente?
Gosto que as coisas aconteçam naturalmente, como já vem acontecendo. Eu não fico procurando, pedindo parcerias, não sei ser desse jeito. Em 6 de outubro, por exemplo, vai ter um evento de inauguração de uma loja de suplementos de um casal que eu amo muito e que têm um enorme carinho por mim, que me ajuda às vezes. Terá presença vip de Viviane Winkler, Léo Araujo, pessoas da área, que admiro muito. Acredito que depois desse evento, as coisas melhorem para mim. Mas, não tenho pretensão de ser famosa, longe disso. Gosto só de poder incentivar as pessoas.
Você possui quantas tatuagens? Elas têm algum significado?
Hoje tenho seis tatuagens. Todas são indianas, pois gosto da cultura e religião indianas. Sou muito ligada ao Trance, a raves... elas não têm nenhum significado específico, mas são de culturas que eu admiro.
Qual sua opinião a respeito do mercado do Fisiculturismo no Brasil? Os atletas recebem pouco apoio? A concorrência é muito grande?
Sim e sim. Há pouco apoio e muita concorrência. Pelo contrário, são muitos gastos para estar ali três ou quatro minutos no palco, competindo. Mas fazemos por amor. Dinheiro e recompensa são consequências.
Qual recado você daria para quem deseja seguir pelo caminho do fisiculturismo?
Se quiser mesmo, se for um sonho, realize. Infelizmente, é necessário muito investimento, principalmente sendo mulher. Mas se for um sonho, realize. Foi o que eu fiz e vou continuar.