Jefferson Ripper é especialista nos estilos Realismo e Neo Traditional, e se dedica inteiramente à arte da tatuagem desde 2012. Atualmente, seus projetos de criação para os clientes são feitos de forma totalmente digital e na opinião dele, é também graças à tecnologia que o mercado da tattoo só cresce a cada dia. Além disso, Ripper também se dedica a causas sociais na cidade onde mora. Saiba mais sobre essa e outras curiosidades nesta entrevista exclusiva ao Portal Expo Tattoo Brasil.
Como e quando iniciou no mundo da tattoo profissionalmente?
Comecei a tatuar por hobby em 2010, fazendo pequenos trabalhos, e como freelance em alguns estúdios. Em 2012, eu resolvi pedir demissão do emprego de promotor de vendas e abri meu próprio estúdio, me dedicando inteiramente à arte de tatuar.
Se tivesse que se autodescrever, quem é o Ripper, nas suas palavras?
Ripper é o tatuador que busca evolução, busca melhorar todas as partes da vida, ser a melhor versão de si mesmo. Acredito que, quando almejamos o crescimento, podemos fazer ações extraordinárias com as nossas mãos.
Você lembra da primeira tatuagem que produziu?
Lembro sim, foi uma fada. Uma cobertura, para ser mais específico. Colorida na panturrilha. Foi um grande desafio, mas depois que eu fiz a primeira, eu não quis mais parar!
Como funciona a criação das artes para os clientes?
Eu chamo de “projeto” o modo que eu desenvolvi para trabalhar. Eu monto a arte, na maioria das vezes, no iPad, em um app de desenho. Faço a arte completamente digital, podendo alterar e acrescentar detalhes a qualquer momento antes de tatuar. E marco uma visita no estúdio com o cliente para apresentar o projeto antes de tatuar. No caso de ser de outro município, estado ou país, eu envio via WhatsApp.
Quais suas principais influências atualmente na arte da tatuagem?
Minhas principais influências no Brasil são o Chico Morbene, Rodrigo Catuaba, Douglas Prudente, entre outros.
Já tatuou algum pedido bem inusitado? Se sim, qual?
Já sim. Foi um rosto em aquarela que ficou localizado em uma nádega “toda”. Achei muito inusitado esse pedido (risos).
Teve algum episódio na sua trajetória que se pudesse faria de outra forma, ou mesmo, não faria?
Sim, o episódio era, na verdade, um estilo de tatuagem, o nome é (Maori). Na maioria dos casos, as pessoas me procuravam para fazer esse tipo de tatuagem, mas eu não gostava. Para mim não faz sentido as sequências de linhas e formas, eu sempre fui focado em tatuagens figurativas, que tenham uma história, uma narrativa. Então, se eu pudesse, eu não faria esse estilo de tatuagem. Atualmente, eu não faço esse tipo de trabalho.
Quantas tatuagens têm no seu próprio corpo? Já contou?
Quando eu cheguei a 30, eu parei de contar por unidade (risos). Agora eu conto por porcentagem do corpo. Acredito que hoje eu tenha aproximadamente 60% do corpo tatuado.
De uma forma geral, qual sua opinião sobre o mercado da tattoo no Brasil? Houve evolução? Há muita competitividade?
O mercado brasileiro está em uma constante evolução. Venho percebendo que a cada dia os brasileiros querem mostrar mais personalidade à flor da pele. Estilo, histórias, momentos, sentimentos são algumas das motivações para uma pessoa fazer uma tatuagem e gerar renda para mais de 11 mil tatuadores no Brasil, de acordo com a estatística do Sebrae em 2016. A evolução é o que almejamos, porque temos que nos adaptar a todo tipo de situação, principalmente na arte. Então, com os estudos e boa qualidade de material, e graças à tecnologia, nosso rendimento artístico só fez aumentar e assim suprimos toda a expectativa dos clientes.
Você também é envolvido em causas sociais. Conte mais sobre isso. Tudo começou com o trabalho como tatuador ou já fazia antes?
Tudo começou quando pessoas carentes iam ao meu estúdio pedir por ajuda, fosse financeira ou algo para comer. E como sempre estava ajudando essas pessoas, e percebia a quantidade delas que precisavam de ajuda, resolvi doar um pouco do meu tempo para eles. Esse ano, eu estou fazendo uma promoção de Páscoa para arrecadar chocolate para doar para crianças carentes de comunidades em São Gonçalo. Quero ajudar aquele que realmente precisa, levando chocolate, alegria , palavra de motivação, um abraço. Amar ao próximo e ajudar os necessitados é o que Jesus nos deixou como lição.
Se tivesse que dar um conselho para quem está começando a tatuar agora, qual mensagem deixaria?
Faça o seu melhor, foco na caminhada, resista aos desafios e lembre-se: o sucesso é o resultado de um bom trabalho.Arte acima de tudo!
Jogo-rápido:
- Uma música: Samurai - Djavan
- Um livro: A arte da guerra
- Um filme: Tróia
- Uma frase: Arte no corpo, beleza na pele.
- Uma fotografia: no Vale Nevado, no Chile. Frio, temperatura negativa, mas a emoção de estar nesse lugar incrível supera!
- Religião: cristão
- Ídolo da Tatuagem: Dmitriy Samohin
1 Comment
Parabéns meu primo , vc merece , responsável , dedicado e muito profissional .